E agora somos amantes
do amor oculto mais explícito
do afeto, do desafeto mais que afetivo
do consolo desconsolado, inconsolável
Do rabisco e da palavra rabiscada.
Somos a estampa
da cama bagunçada
da cara deslavada
do beijo frio do descaso
do abraço vazio nesse vago espaço
Somos o desgosto
da alma desalmada, não amada
do calçudo incalculável
do ritmo descompassado
da batina frenética de nossos corações.
Somos o mártir
de querer e não poder
de sonhar e não querer acordar
do abalo inabalável
do som e do grito que não se ouve.
Somos amantes da solidão
que não foi confessa
da carência de conversa
que desconversa.
Somos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário