30 de dezembro de 2014

PÔR DO SOL III


Aquele fascínio da noite passada me esperava perto do lago. Trocamos olhares, e me surpreendi ao encontrar com tal agradável companhia em um tal agradável lugar. Tímida me aproximei e começamos a conversar. Me contou sobre seus medos e segredos, um deles seria o medo de se aproximar de mim e o outro, o segredo que não sabia nadar. Óbvio que me falou isso pra que me tirasse um riso frouxo, afinal, estávamos na beira do rio né. Depois de passarmos o dia em união extrema, o anoitecer caiu fomos á fogueira e como da um última vez, essa não foi diferente, nos olhamos o tempo todo e rimos de nós com isso.
Ao final da cantoria envolta da fogueira para convocação dos Deuses, acredito que havia baixado um em mim e eu beijei-a. Sai correndo depois, é claro. Mas eu nunca corri tão feliz na minha vida. Beijar uma garota é algo único e no meu caso, foi a obra lírica mais incrível que já vivenciei, como se fosse uma pintura de tintas jogadas num tela em preto em branco. Intensifica o motivo da vida. Rolei na cama a noite toda sem conseguir suspirar e não fechar os olhos sem sentir um êxtase profundo. Eu estava apaixonada. Logo de manhã encontrei um bilhete do meu amor, pedindo para que a encontrasse às 8:00 no lago, nas proximidades de Gezibel. Tomei café desesperadamente rápido, e fui ao se encontro. Ao avistar, notei um tumulto estranho, que me fez sentir num estado desatinado instantaneamente, comecei a afastar as pessoas para ver o que era afinal, não era pra ninguém estar ali, além de mim e... Alexia. Sem acreditar a vi deitada no chão, molhada, e morta. Não controlei os gritos de dor, meu coração estava inconformado, indignado. Como? Por que? A primeira pessoa que me apaixonei, e a morte fez questão de leva-lá e sem motivo nenhum.
Os instrutores do acampamento ligaram para os pais de todos e assim o nosso verão acabou mais cedo, até porque pra mim, já era inverno. Antes de ir embora, fui me despedir de Gezibel e molhar os pés no lago e em umas das conversas na beira do mesmo Alexia me deu um último sinal de que mudaria minha vida para sempre, á cem metros de mim vi algo, algo que me faria pensar em querer morrer para não ver aquilo. Um ursinho de pelúcia! Provavelmente Alexia iria me dar, e como eu a odeio por não ter conseguido completar a missão. Essa história, de fato, foi a única que me marcou, porque foi a única que não teve um final, está pela metade, assim como eu, e continuará para sempre. Até porque melhor do que te ama-lá, é ter a sua lembrança.

 

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