1 de dezembro de 2014

PÔR DO SOL II



No mesmo dia, em volta da fogueira, deixei de lado o violão e as cantigas e resolvi ler mais um dos meus livros, mas algo me incomodava, uma energia forte que não me permitia permanecer concentrada. Me tirava a atenção do concreto e me levava para o abstrato. Sempre mexeu com a minha cabeça o silêncio, o oculto, o misterioso. Gosto de decifrar olhares, ainda mais aqueles que não desviam. E foi exatamente o que me fez esquecer as páginas frias e me concentrar em corpos quentes pelo resto da noite.
Era como uma hipnose, meus olhos não se desviavam do seu rosto, e minhas mãos não paravam de soar, estava sendo persuadida? Persuadida eu não sei, mas com certeza estava assustada. Porém o encanto foi rompido por meus amigos monitores que nos mandaram dormir. Como sempre favorecendo o meu lado.
Ao acordar só me vinha a cabeça aquele maldito olhar, e acompanhada das memórias as borboletas no estômago faziam festa. O resultado da noite foi surpreendente, me despertou interesse nesse acampamento. Em pensar que se tivesse descoberto isso antes, teria sido muito bom desde o começo. O desfecho da noite de fato foi incrível. Inesquecível.
Após o café esbarrei em alguém, alguém que me fez perceber o quanto seria bom o meu dia por já começar uma belezura, aquele guri tagarela começou a me atazanar desde cedo, porque para a vida é essencial me lembrar logo de manhã o quanto ela é ingrata comigo.
Fui ao encontro de Gezibel e lá estava...

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