24 de novembro de 2014

PÔR DO SOL


Eu sempre achei uma bobagem essa coisa de acampamento de férias. Besteira das grandes. Porém minha mãe sempre me obrigou a ir, ela não admite, mas só faz isso pra se livra de mim durante todo o verão.
  Eu sempre fui aquele tipo de menina camuflada, escondida atrás dos livros de astrologia e mitologia, com All Star rasgado, roupas largadas e fone de ouvido. Odiava ter que suportar aquelas dinâmicas ridículas e gente babaca, mas ainda sim, as vezes fazia uma média com os instrutores. Em toda situação ruim, tem algo bom, e até o pessimista mais chato tem que admitir isso, no meu caso era o pôr do sol. Nossa! Como eu gostava de assistir o sol se pondo entre as colinas na beira do lago, molhando a ponta dos dedos e ouvindo os pássaros cantarem. Era o meu refúgio.
  Meu nome é Alissa. Prazer! Eu nunca gostei de escrever, mas peguei gosto depois de vivenciar o melhor verão da minha vida. Num desses dias quaisquer do acampamento, fui escolhida para fazer parte do time de futebol, como goleira (minha vida estava acabada). Que diabos eu ia fazer no meio daquele gol a não ser me tornar um alvo de pancadas. Nunca me senti tão envergonhada por tomar 7 gols em 10 minutos, mas que droga, ainda faltavam 5 minutos de tortura, e tome mais dois gols. Nada satisfeito o tal "juiz" deu mais um minuto de prorrogação, para a minha grande e evidente sorte. Eu estava certa, era meu dia de sorte, nos últimos segundos de jogo uma mula em forma de gente chutou a bola no meu rosto, consequentemente, quebrando o meu nariz. Tinha sangue pra tudo quanto é canto e a minha cara de desnorteada era é a pior coisa de se lembrar, parecia que havia passado uma semana na cracolândia e estava indo para a reabilitação. Depois dos primeiros socorros, se habilitaram a ligar para a minha mãe, obviamente ela iria surtar se isso acontecesse então preferi fingir que estava tudo bem e que eu estava adorando estar ali. Pelo menos eu estava livre das atividades do campo.
  No dia seguinte, fui pra debaixo da minha árvore (era minha porque havíamos feito pacto de amizade e eu tinha dado uma nome para ela). Pois bem, Gezibel era uma ótima companhia para todo o dia e um ótimo apoio para as costas também. Numa das conversas com minha amiguinha, notamos a inesperada chegada de um humano possuidor de outra índole, em outras palavras, um garoto.
  Ele se aproximou, sentou e começou a fazer perguntas e tagarelar sem parar, eu e minha enorme paciência nos retiramos do local...


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