Olá, meu nome é Landon, tenho 7
anos. A minha vida é uma correria danada, todo dia eu tento ajudar as pessoas
porque sei o quão boas elas são. Meu pai me ensinou isso. Aqui onde eu moro
todos são como eu, passivos, pacíficos e protetores. Eu queria que o mundo
tivesse mais pessoas assim, como nós. Vou contar uma história. Numa noite, eu e
minha família estávamos voltando de um ótimo passeio, fomos à um museu, eu
adoro museus, cantávamos no carro e ríamos muito disso. Meu pai contava
piadas, eu e minha irmã (Kiara,17 anos) rolávamos de rir no banco de trás. Era a
noite perfeita! Até que tudo ficou quieto, escuro e parecia que não havia alegria
no mundo, tudo se calou. O farol fechou e o tempo também. A única coisa que vi
foi uma luz muito forte vindo em minha direção, ela se aproximava muito rápido
e todos angustiados no carro, unimos nossas mãos. Eu olhei pra minha mãe e
senti que devia dizer algo, sabia o que era e não hesitei :“Eu te amo mãe”.
Logo em seguida um turbilhão de dor preencheu-me, um impacto muito forte jogou
meu corpo para longe. Desmaiei. Recordo-me de ver as luzes do hospital e os
médicos ao meu redor corredor e falando coisas da qual não entendia. Estava
agoniado, o que era aquela situação? Por que eu estava ali? Eu queria muito a
minha mãe. Os médicos me levaram para um quarto e numa correria, faziam mil
coisas ao mesmo tempo comigo, me furavam com agulhas, colocavam fios em mim,
escreviam estatísticas que eu nem ao menos sabia o significado, ouvi eles
dizendo que estava ali por culpa de um motorista bêbado. Ao ouvir isso vi tudo
girar e voltei a desmaiar, mas voltei rápido, porém, as coisas pareciam
estranhas, tudo ficou mais calmo, claro e compreensível. Pude observar tudo,
mas sem acreditar, do lado da janela eu me via deitado na cama e os médicos de
cabeça baixa. Tentei perguntar o que estava havendo, mas ninguém me respondeu,
ao menos me notaram. Foi ai que conheci Alabama, minha melhor amiga, ela me
explicou o que estava ocorrendo, fiquei boquiaberto, chorei muito no canto
daquele quarto, até que lembrei de uma coisa. Minha mãe! Ela devia estar
desesperada a minha procura, fui correndo procura-la. Sai do quarto e a vi no
correndo conversando com o médico, ó céus, ela parecia muito triste, na verdade
acho que triste não defina sua situação, nem chegava perto. Eu corri para ela,
mas não foi diferente dos outros, ela não me viu. Então segurei forte sua mão,
e orei por ela. Ela parou de chorar quando a oração acabou e disse baixinho:
“Eu também te amo, filho”. Soltei-a e fui ao encontro de Alabama, ela me guiou
para onde vivo hoje e me deu alguns conselhos muito úteis. Hoje eu faço o mesmo
papel que ela, ajudo aqueles que morrem a entender sua morte e aceitá-la como
uma amiga. Também brinco com Alabama de vez em quando, não é sempre que temos
tempo. Protejo sempre o motorista daquela noite, ele tem uma família
maravilhosa, eu sempre a guio para o bem. Ah, e o mais importante de tudo, a
parte mais especial do dia é quando visito minha mãe, ela está tão linda, seus
cabelos mais sedosos, sua pele mais bonita e seus olhos sempre com muito
brilho. Desde aquela noite não vi mais seu sorriso, mas acredito que deve estar
estonteante. Vejo-a limpar a casa, dormir e arrumar os meus brinquedos, cada
dia eles estão em um lugar diferente, deve ser coisa de mãe. Espero que ela
saiba que estou sempre aqui com ela, como ela sempre esteve comigo. Não a
deixarei por nada, porque a única coisa certa na minha vida além da minha
morte, é o meu amor por aquela mulher.
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